Lembranças

No último domingo a família ficou parcialmente reunida na casa da minha tia Neide. E isso só foi possível, por causa de uma reforma no meu apartamento. Não há possibilidade nem de cozinhar um miojo na cozinha...rs, tamanha a bagunça. O que anima é o quanto está ficando bonito! Eu que escolhi tudo. Revestimento, piso, faixas, rejuntes... enfim, acho que me saí bem como decoradora...rs.Minha tia fez um almoço maravilhoso. Simples e saboroso! Como toda comida boa é!Vendo todos sentados à mesa, conversando, contando histórias, relembrando momentos bons, tive a sensação de ter voltado no tempo da minha infância, quando tudo aquilo acontecia todos os finais de semana.A rotina da minha família mudou muito. Os filhos cresceram, agora trabalham, namoram, estudam, tem suas vidas e, mesmo que seja errado, o convívio com a família fica em segundo plano. Não concordo com isto. Mas, eu mesma ajo da mesma forma. Priorizo o trabalho, a faculdade e quando percebo, já chegou a data de mais um aniversário de um ente querido. Isso significa que já se passou 1 ano e não o vi. Pior, mal nos falamos por telefone. E é difícil mudar, por que o mundo está mergulhado neste caos. E querendo ou não, você segue o ritmo.Depois do almoço, o baú de fotos foi aberto. E mais histórias vieram à tona. Aquelas fotografias que são tiradas quando você menos espera são as melhores. Por isso, gosto de pegar a máquina e sair fotografando as pessoas conversando, rindo, gesticulando. A expressão, a estética ficam completamente diferentes de uma foto posada. Isto é óbvio, mas as fotografias continuam sendo registradas dessa forma, na maioria das vezes. Principalmente, pra exibir em MSN’s e Orkut’s da vida...rs (odeio).Minha amiga Bruna passou o fim de semana inteiro comigo. E, quando estava indo embora, comentou: “Flá, sua família é linda.”Ela saiu do carro e fiquei pensando...é mesmo! E um sentimento de alegria tomou conta de mim. Como sou abençoada por ter esta família. Como sou feliz. Claro, como em qualquer outra família, há brigas e confusões, porém existe uma coisa entre nós que não se abala nunca: união!Nestas horas, não há como deixar de pensar em como as famílias se relacionam. Principalmente, como elas estão sendo formadas.A mulher tem jornada tripla, o homem trabalha também. A criança nasce, fica 4 meses com a mãe... não dá tempo suficiente nem de amamentar... e o pequenino vai para uma creche e é educado por uma babá, que por mais que se conheça... não há como saber o caráter.Dói saber, que a possibilidade de que isso aconteça comigo é muito grande. A situação atual não permite que apenas um se responsabilize pelas despesas da casa, da família. Então, é assim que a sociedade se comporta... não importam mais os valores de respeito, valor a família, ao próximo, o que importa é ter grana no bolso, status, carro do ano, e por aí vai. Pra mim, tudo isso será uma idiotice. Sempre pensei em ir embora deste mundo, deixando algo de bom, para que lembrem de mim como uma pessoa que ajudou alguém, que fez algo que pudesse mudar a vida de alguém, que colaborou por uma sociedade melhor, que fez alguém sorrir... coisas materiais nunca estiveram na minha lista de prioridades. Nunca estarão.

Família, amo vocês!