Bee Girl

segunda-feira, julho 24, 2006

A música e a mídia

As bandas que estão na cena independente no Brasil aparecem cada vez mais para o grande público. Agora, a bola da vez é o rock. Depois do pagode, do axé e do funk, o rock ressurge das “cinzas” para os grandes holofotes. Digo cinzas, pois há muito tempo não surgiam grandes nomes na cena, como Franz Ferdinand, The Killers, The Strokes, entre tantos outros.

Essa movimentação começou a acontecer nos Estados Unidos e em países europeus, onde bandas independentes começaram a ser procuradas por grandes gravadoras, atraídas pelo grande público que elas conquistavam em seus shows. O mesmo aconteceu no Brasil. Grandes bandas da cena independente do país como CPM 22, Dead Fish e Hateen saíram dos pequenos palcos para grandes turnês Brasil afora. E foram criticados por isso.
Bandas do underground são consideradas “vendidas” se assinarem contrato com uma grande gravadora. E é aí que me pergunto se isso é bacana pra música brasileira. Bandas como o Dead Fish, tem papel na sociedade, pois fala de política e defendem aquilo em que acreditam. E jovens são influenciados por eles. Eu acredito que uma banda tem o direito de viver daquilo que eles amam fazer, que é a música. E assinar contrato com uma gravadora é isso. Garantir um trabalho bem feito, não que antes não era, mas o trabalho se torna mais profissional.

As bandas que estão na cena independente no Brasil tem relação muito próxima com seus fãs, uma afinidade muito grande. Esses acontecimentos podem se tornar uma arma, contra as coisas banais e as porcarias que foram jogadas pela mídia para a sociedade, basta citar Tati Quebra-barraco, MC Serginho, entre tantos outros, que só denegriram a imagem da música brasileira. Sou a favor das bandas independentes que assinam contrato com uma gravadora e lutam por um trabalho melhor. Apenas sou contra bandas que modificam sua postura na composição e no palco devido a intermediações da própria gravadora, apenas com o intuito de vender mais. O Dead Fish é um grande exemplo de banda que saiu do underground e continuou com a mesma postura dentro e fora dos palcos. E o melhor de tudo: eles compõem em português. Muitas bandas novas estão começando uma carreira e compondo em inglês. Que moda é essa? Renato Russo já reclamava dez anos atrás a respeito disso. Banda brasileira deve compor em português. Ou você já viu alguma banda norte-americana ou inglesa compondo em português. A música é uma das maiores formas de expressão da cultura de um povo. Já ouvi dizer, que músicos compõem em inglês, pois o ritmo e o estilo da música são americanos, sendo assim, não seria possível adaptar o ritmo da música com letras em português. Pode até ser que isso seja verdade. Mas acharia muito mais legal ver um compositor se esforçar para criar uma música em português, do que ouvir uma gritaria sem fim e não entender quase nada. Seria um processo de adaptação difícil, talvez, mas não impossível.
Admito que o Sepultura jamais seria conhecido se escrevessem suas músicas em português. Mas, o objetivo da banda sempre foi o exterior, portanto, músicas em inglês, era o caminho óbvio.

E porque o Rock está em tanta evidência? Porque o bom e velho rock’n roll nunca perdeu a alma revoltada e questionadora. Nos tempos de hoje, o rock expressa toda a revolta e repúdio diante dos acontecimentos no mundo. É através da agressividade das guitarras, do som pesado da bateria e do baixo que fazem do rock um imortal. E lógico interessada nas $$$$, a mídia coloca cada vez mais em evidência bandas como U2, Pearl Jam (que exercem papel social e político), Neil Young, entre tantos outros. Além dessas, as novas Fall Out Boy, Panic! Ate the Disco, e os mais velhos também como Rolling Stones, Creedence, e os imortais Elvis Presley, Beatles e Janis Joplin.

Para fechar, acredito que cada um tem o direito de fazer o quer. Essa história de censura não funciona em lugar nenhum. E ser intransigente e generalizar tudo e a todos também não é benéfico para ninguém.

Radicalismo pior ainda.

Viva as diferenças!

See Ya! ;)